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Desafios no controle de fitonematoides na soja

Conheça as três principais dificuldades e saiba como manejar

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Os Fitonematoides representam um desafio significativo para a agricultura brasileira, causando prejuízos bilionários anualmente, especialmente na cultura da soja.

 

O impacto do parasitismo dessas espécies na produtividade da soja pode variar entre 10% e 90%, dependendo da espécie e do nível de infestação. Em 2015, os prejuízos na cultura da soja foram estimados em mais de R$ 16 bilhões.

 

O aumento expressivo dos nematoides é atribuído principalmente ao monocultivo de plantas hospedeiras, ao sistema de produção intensivo com baixa diversidade de culturas (que atuam como multiplicadoras), e ao diagnóstico inadequado do problema pelos produtores, que podem confundir os sintomas com outras questões como compactação do solo ou deficiência nutricional.


Dentre os principais Fitonematoides no Cerrado brasileiro podemos destacar:

Nematoide de Cisto da Soja (Heterodera glycines)


Figura 1. Heterodera glycines, o nematoide de cisto da soja (A) fêmeas em raiz; (B) fêmeas maduras e cistos e (C) cisto rompido (com ovos e J2) obtido de solo cultivado com soja. Fonte: H. D. Campos.


Foi detectado no Brasil na safra 1991/92 e é considerado a espécie com maior potencial de dano à soja. As áreas infestadas apresentam plantas subdesenvolvidas e amarelecimento acentuado nas folhas, geralmente em reboleiras. Caracteriza-se pela formação de cistos marrons (corpo da fêmea adulta morta), que são altamente resistentes a condições adversas e podem conter de 200 a 400 ovos, permanecendo viáveis no solo por cerca de oito anos.


Nematoide das Galhas (Meloidogyne javanica e M. incognita)

Figura 2 e 3. Sintomas de Meloidogyne spp. Fonte: acervo pessoal (2024) (fig 3; https://agropos.com.br/nematoides-da-soja/. (fig 2).


Causam subdesenvolvimento e amarelecimento da parte aérea das plantas. Em alguns casos, as folhas podem apresentar manchas cloróticas e necrose entre as nervuras, conhecido como folha “carijó”. No sistema radicular, formam galhas, que são engrossamentos anormais bem visíveis (como nas figuras), comprometendo a absorção de água e nutrientes e podendo levar à destruição dos tecidos.


Nematóide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus)

Figura 4. Raízes com sintomas de podridão radicular causadas por Pratylenchus brachyurus: Redução do número de radicelas (esquerda – Foto: R.J. Reynolds Tobacco Company , R.J. Reynolds Tobacco Company, Bugwood.org) e Raízes de pimenta cv. Biquinho com lesões necrosadas (direita – Foto: Oliveira et al., 2018). 


Atualmente é um dos maiores problemas para a cultura da soja, sendo a espécie mais comum, dentro do Gênero de Pratylenchus, no país e extremamente polífaga, parasitando diversas culturas de importância econômica. O principal sintoma é o subdesenvolvimento acentuado das plantas, acompanhado ou não de amarelecimento foliar. Nas raízes, causa uma abrupta redução no volume do sistema radicular, que se apresenta com coloração escura e necrose devido à colonização por fungos e bactérias oportunistas.


Amostragem e diagnóstico

Os sintomas na lavoura ocorrem em manchas ou reboleiras, com plantas amarelecidas, crescimento irregular, e murchamento em períodos mais quentes e secos. Nas raízes, os sintomas variam de engrossamentos (galhas), diminuição de volume e crescimento, e destruição parcial com lesões escuras.


É crucial entender que os sintomas visuais são apenas indicativos. Para um manejo eficaz, é necessário enviar amostras de raízes e solo para um laboratório, conforme orienta a Figura 6, de nematologia para a identificação correta da espécie e quantificação da população.

Figura 5. Esquema simples de coleta de solo e raízes para análise. Fonte: Revista Cultivar (2021).


A coleta para análise pode ser feita no florescimento das culturas ou entre 50 e 70 dias após a implantação da lavoura. Para garantir maior confiabilidade, recomenda-se coletar solo e raízes em diferentes pontos da área afetada (cerca de 5 a 10 pontos por hectare), reunindo ao final aproximadamente 1 a 2 kg de solo e 50 g de raiz (Figura 5). Em seguida, a amostra deve ser enviada rapidamente a um laboratório, preferencialmente acondicionada em caixa de isopor, a fim de evitar variações bruscas de temperatura.


Controle de Fitonematoides

O manejo integrado de nematoides deve ser visto como um conjunto de estratégias, que visam reduzir a população desses organismos no solo e, ao mesmo tempo, preservar o potencial produtivo da lavoura. O primeiro princípio é a prevenção, que inclui medidas simples como a limpeza adequada de máquinas e implementos agrícolas, evitando a disseminação de nematoides entre talhões e propriedades. Além disso, o controle de plantas daninhas na entressafra é essencial, pois muitas espécies atuam como hospedeiras, mantendo as populações no campo.


Além dessas medidas, as práticas culturais desempenham papel fundamental no manejo desse parasita. A rotação ou sucessão de culturas com espécies não hospedeiras interrompe o ciclo dos nematoides, reduzindo sua densidade no solo. O uso de plantas antagonistas também pode ser eficiente, já que algumas liberam substâncias tóxicas ou dificultam o parasitismo, contribuindo para a diminuição das populações, como mostra o estudo abaixo.

Figura 6. Produtividade da soja dois anos após a pastagem. Fonte: Adaptado de Silva (2022).


No aspecto genético, o emprego de cultivares resistentes tem se mostrado uma alternativa prática e eficiente. Algumas variedades de soja apresentam resistência a espécies importantes, como os nematoides-das-galhas e o nematoide-do-cisto. Essa estratégia reduz os danos diretos na cultura e ajuda a limitar a multiplicação das espécies no solo.


Por fim, a utilização de nematicidas químicos ou biológicos é, sem dúvida, uma das principais estratégias empregadas pelos produtores. Os produtos químicos atuam protegendo o sistema radicular principalmente nas fases iniciais de desenvolvimento das plantas. Atualmente, o controle de fitonematoides é feito principalmente pelo tratamento de sementes e pela aplicação no sulco de semeadura, ambas com o objetivo de proteger as plântulas.


Já os biológicos, à base de bactérias e fungos, criam barreiras físicas e químicas contra os nematoides, além de auxiliarem no crescimento radicular e aumentarem a competitividade do solo, tornando-o mais supressivo.


O controle eficiente de fitonematoides depende de três pilares fundamentais: uma amostragem bem realizada, que assegura a representatividade da área; uma diagnose correta, capaz de identificar as espécies presentes e seu nível de infestação; e a adoção do manejo integrado, que combina práticas preventivas, culturais, genéticas e protetivas. Quando aplicados em conjunto, esses elementos permitem reduzir os prejuízos causados pelos nematoides e garantir maior sustentabilidade e rentabilidade na produção agrícola.

Imagem de capa: agroreceita/reprodução internet

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