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Período crítico e manejo pós-emergente: controle eficiente de plantas daninhas no milho

O período crítico de competição de plantas daninhas no milho é a fase em que a cultura não pode conviver com invasoras sem sofrer prejuízos. 

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O período crítico de competição de plantas daninhas no milho é a fase em que a cultura não pode conviver com invasoras sem sofrer prejuízos. Nessa etapa inicial, as plantas disputam água, luz, espaço e nutrientes, o que justifica o controle antecipado para evitar perdas econômicas.

Os maiores prejuízos ocorrem entre 20 e 60 dias após a emergência do milho, ou seja, entre a terceira (V3) e a décima segunda (V12) folha do milho, período em que ocorre a definição do potencial de rendimento de grãos. Quando o manejo não é realizado corretamente, as plantas daninhas podem reduzir a produtividade de 12% a 100%, dependendo da espécie presente, do nível de infestação, do tipo de solo, das condições climáticas e do estágio fenológico do milho (FANCELLI; DOURADO NETO, 2000).


Principais plantas daninhas na pós-emergência do milho


Buva (Conyza spp.), Capim-amargoso (Digitaria insularis), Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), Caruru (Amaranthus spp.), Corda-de-viola (Ipomoea spp.) estão entre as principais espécies que exigem atenção no manejo do milho em pós-emergência.
Essas daninhas têm grande capacidade de competição e, em muitos casos, apresentam resistência a herbicidas, como o capim-amargoso e a buva.


Impactos da competição na produção: danos diretos e indiretos


A presença de plantas daninhas é um dos fatores que mais reduz a produtividade do milho. Mesmo sendo uma cultura de rota fotossintética C4 altamente eficiente em aproveitar luz, água e nutrientes, essa vantagem desaparece quando o milho compete com plantas daninhas de metabolismo semelhante, como o capim-amargoso (Digitaria insularis).

Durante o período crítico de interferência, essa competição direta tira recursos essenciais da cultura, resultando em:

  • menor altura de plantas;
  • redução da área foliar;
  • menor número de grãos por espiga;
  • diminuição do rendimento final.

Esses prejuízos podem ser expressivos mesmo em populações relativamente baixas de plantas daninhas, especialmente em espécies agressivas e de difícil controle.


Um estudo conduzido na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Dois Vizinhos - PR, ilustra bem o impacto do capim-amargoso na cultura do milho.

Os pesquisadores observaram que a altura das plantas de milho reduziu 8% quando a densidade de capim-amargoso aumentou de 0 para 6 plantas/m², passando de 2,72 m para 2,50 m.


Figura 1: Altura das plantas de milho (m)

Fonte: Renan Henrique de Oliveira Bazanella, 2021



Quanto a produtividade, onde não houve competição com nenhuma planta de capim amargoso, o milho produziu 9.478 kg/ha (158sc/ha) e, na competição com 6 plantas de capim amargoso/m2, produziu 7.695 kg/ha (128 sc/ha), o que representa uma redução de 30 sc/ha (figura 2).


Figura 2: Produtividade do milho (kg ha-1)

Fonte: Renan Henrique de Oliveira Bazanella, 2021


Esses resultados comprovam que mesmo populações relativamente baixas de capim-amargoso já afetam significativamente a lavoura. Além da redução na produtividade, o manejo dessa planta daninha é desafiador, pois ela é resistente ao glifosato e forma touceiras que dificultam o controle. Na prática, quanto mais cedo for feito o controle, menor será o impacto econômico.


O momento ideal para realizar o controle das plantas daninhas no milho


O período crítico de interferência (PCI) é o intervalo em que a presença de plantas daninhas causa perdas significativas de produtividade. É a fase em que o milho não pode conviver com invasoras sem sofrer reduções no seu potencial de rendimento. Por isso, conhecer essa janela é fundamental para decidir quando fazer o controle e evitar prejuízos.

Até os 14 Dias Após a Emergência (DAE), o milho pode conviver com plantas daninhas sem sofrer perdas expressivas de produtividade (RAMOS & PITELLI, 1994).

A convivência com plantas daninhas dos 15 aos 42 DAE representa o intervalo de tempo mais crítico, a convivência nesse período resulta em redução significativa da produtividade, pois coincide com fases de rápido crescimento e alta demanda por luz, água e nutrientes. As plantas daninhas que emergirem aos 42 DAE, têm baixo impacto sobre a produtividade do milho, já que a cultura já se encontra mais desenvolvida. BLANCO et al. (1976) destacam que o período de maior necessidade de controle vai aproximadamente do 15º ao 45º DAE do milho. Realizar o controle dentro dessa janela garante maior aproveitamento dos insumos aplicados e preserva o potencial produtivo da lavoura.

Alternativas de herbicidas em milho pós-emergente


O controle químico é amplamente utilizado pelos produtores pela agilidade operacional e pela eficácia, desde que os produtos sejam corretamente posicionados conforme o estádio da cultura e as espécies-alvo.

Entre as opções disponíveis para o milho, herbicidas grupo químico das sulfoniluréias (inibidor da ALS) têm demonstrado boa seletividade e desempenho consistente no manejo de gramíneas e algumas folhas largas, especialmente quando aplicados nas fases iniciais da cultura.

Quando combinados com atrazina (inibidor da fotossíntese), os resultados costumam ser mais amplos, permitindo um controle mais robusto de folhas largas e contribuindo para complementar o espectro sobre gramíneas.

Em aplicações realizadas após os primeiros dias da emergência do milho, diferentes herbicidas pós-emergentes, como nicosulfuron, atrazina e bentazon, têm apresentado bom desempenho no manejo de espécies de folha larga, a exemplo de buva (Conyza spp.), corda-de-viola (Ipomoea triloba) e leiteiro (Euphorbia heterophylla), quando utilizados conforme recomendação de bula e posicionamento técnico.

Associações como nicosulfuron + atrazina ampliam o espectro de controle e podem oferecer maior segurança ao maneio, especialmente em áreas com pressão elevada de infestação, desde que observados o estádio de desenvolvimento das plantas daninhas e as condições ambientais no momento da aplicação.

De forma geral, herbicidas pós-emergentes bem-posicionados ajudam a reduzir falhas de controle e manter a lavoura no limpo durante o período crítico de interferência, protegendo o potencial produtivo do milho.


Texto escrito por Eduarda Meneghello Gheller e Sílvia Fabiana Risson, acadêmicas do curso de Agronomia da UFSM, campus Frederico Westphalen, membros do Programa de Educação Tutorial - PET Ciências Agrárias, sob acompanhamento do tutor, professor Dr. Claudir José Basso.



REFERÊNCIAS:


BAZANELLA, R. H. de O. Perdas de produtividade na cultura do milho (Zea mays) pela competição de diferentes densidades de capim-amargoso (Digitaria insularis). 2021, 27 p. Trabalho de Conclusão de Curso II (Bacharelado em Agronomia) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Dois Vizinhos, 2021.


CARVALHO, F. T; PERUCHI, M.; PALAZZO, R. R. B. Eficácia de herbicidas no controle, em pós-emergência, de plantas daninhas na cultura do milho. Revista Brasileira de Herbicidas. 2001, v. 2, n. 3, p. 143-148. Disponível em: https://www.weedcontroljournal.org/pt-br/article/eficacia-de-herbicidas-no-controle-em-pos-emergencia-de-plantas-daninhas-na-cultura-do-milho.


FANCELLI, L. A; DOURADO NETO, D. Manejo de plantas daninhas. Guaíba: Agropecuária, 2000.


GUIMARÃES, G. B. P.; ANDRADE, P. P. Diferentes doses de terbutilazina no controle de corda-de-viola (Ipomoea grandifolia) na cultura do milho. Agroveterinária, Varginha, MG, v. 7, n. 1, p. 14-29, 2025.


REZENDE, P. N. et al; Eficiência de herbicidas aplicados em pós-emergência em milho consorciado com Urochloa brizantha cv. Marandu. Revista Agro@mbiente On-line, v. 8, n. 3, p. 345-351, setembro-dezembro, 2014.


VARGAS, L.; PEIXOTO, C. M.; ROMAN, E. S. Manejo de plantas daninhas na cultura do milho. Passo Fundo: Embrapa Soja, 2006. 21 p. (Documentos online, 61).


Foto capa: Up Herb/reprodução

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