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Pré-emergentes na soja: quando escolher e como aplicar?

No início da safra, o objetivo manter a soja livre de competição.

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Os herbicidas pré-emergentes formam uma barreira protetora no solo que impede a germinação de novas plantas daninhas. Assim, a soja cresce sem competição por luz, água e nutrientes durante o período mais crítico do ciclo.

A interferência de plantas daninhas na cultura da soja é um dos principais fatores que limita a produtividade da cultura, uma vez que há competição direta por recursos essenciais como luz, água, nutrientes e espaço, reduzindo o crescimento inicial e, consequentemente, a capacidade produtiva da cultura (Pitelli, 1985).

Além da competição direta, as plantas daninhas funcionam como hospedeiras alternativas de pragas e patógenos, aumentando a pressão biótica sobre a soja e favorecendo a disseminação de pragas e doenças (Gazziero, 2015).

O impacto da competição é mais agressivo no início do ciclo da cultura, durante o chamado período crítico de prevenção à interferência (PCPI), que se estende da emergência até os estádios entre V6 e V8, nesse intervalo, a presença de plantas daninhas pode comprometer irreversivelmente o rendimento final da cultura, mesmo que o controle seja realizado posteriormente (Silva et al., 2014).

A dificuldade de controle, especialmente em áreas infestadas por plantas daninhas resistentes ou tolerantes a determinados mecanismos de ação, como o Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), nessas situações, a rotação de culturas, o uso de moléculas diferentes e a aplicação de herbicidas pré-emergentes são essenciais para reduzir a pressão dessas plantas e proteger o potencial produtivo da soja.

O uso de herbicidas pré-emergentes é uma estratégia fundamental para o manejo eficaz de plantas daninhas, principalmente em áreas com alto banco de sementes no solo. Os pré-emergentes, devem ser aplicados antes da emergência das plantas daninhas e da própria cultura, formando uma camada ativa no solo que irá inibir a germinação das plantas daninhas (Oliveira Jretal.,2011).

Ao inviabilizar o banco de sementes, os pré-emergentes proporcionam uma janela de controle mais longa nos estádios iniciais, permitindo que a lavoura se estabeleça “no limpo”, livre da competição inicial. Essa condição facilita o fechamento do dossel, reduzindo a emergência de novos fluxos de plantas daninhas.

Além disso, os pré-emergentes são aliados importantes na gestão da resistência a herbicidas pós-emergentes, como o glifosato. A diversificação dos mecanismos de ação reduz a pressão seletiva sobre as espécies resistentes e garante maior sustentabilidade do manejo de plantas daninhas.

A eficiência dos herbicidas pré-emergentes varia conforme as condições da área e as características do produto. Fatores como tipo de solo, teor de argila, clima e quantidade de palhada determinam quanto do herbicida chega ao solo e quanto tempo ele permanece ativo.

Palhadas densas e fibrosas, como as de milho, retêm parte do produto, enquanto palhadas finas ou em decomposição permitem melhor contato do herbicida com o solo. Após a aplicação, chuvas leves ou uma irrigação controlada ajudam o produto a atravessar a palhada e formar a camada ativa que impede a germinação das plantas daninhas.

Por outro lado, chuvas intensas logo após a aplicação podem causar lixiviação, diminuindo o efeito residual e aumentando o risco de fitotoxicidade (CONSTANTIN et al., 2013; RAMOS et al., 2017). Nessas situações, vale ajustar a dose conforme a palhada, escolher moléculas com boa mobilidade no solo e aplicar em períodos que favoreçam a penetração até a camada superficial.


Conceitos-chave para escolher o pré-emergente mais adequado para sua área:


1. Seletividade

A seletividade é a capacidade do herbicida pré-emergente de controlar as plantas daninhas sem causar danos à cultura.

Por exemplo: Por exemplo, o pré-emergente Reator® (clomazone) é seletivo para a soja porque a planta possui mecanismos fisiológicos que degradam ou inativam a molécula do herbicida, evitando fitotoxicidade. Essa característica garante segurança na aplicação e eficiência no manejo das invasoras logo no início do ciclo.


2. Efeito residual

O efeito residual indica quanto tempo o herbicida permanece ativo no solo, bloqueando novos fluxos de emergência das plantas daninhas.

Depende da meia-vida da molécula, dose, tipo de solo, temperatura e chuvas.

Exemplo: Em solos argilosos, o herbicida tende a ficar mais retido, o que pode reduzir a disponibilidade imediata e exigir doses um pouco maiores para atingir o controle desejado.

Já em solos mais arenosos, o produto fica mais livre na solução do solo, permitindo ação rápida, mas também com maior risco de lixiviação e redução do efeito residual.


3. Carryover

É a persistência indesejada do herbicida no solo, capaz de afetar a germinação e o desenvolvimento da cultura seguinte.

Ocorre quando o residual excede o tempo necessário ou quando não há condições para degradação (seca, baixa atividade microbiana).

Exemplo: O pré-emergente Reator requer um intervalo de no mínimo 90 dias entre sua aplicação e o plantio do milho, para que não haja efeito fitotóxico para a cultura.


4. Espectro de controle

O espectro de controle indica quais espécies de plantas daninhas o herbicida consegue eliminar.

Alguns são mais específicos (ex.: Reator (Clomazona)– gramíneas), outros têm amplo espectro (ex.: Stone (Sulfentrazona + Diuron) – gramíneas e folhas largas).


5. Log Kow (coeficiente de partição octanol/água)

O Log Kow mostra o quanto a molécula do herbicida é lipofílica (afinidade por gordura) ou hidrofílica (afinidade por água).

Valores altos (>3) → molécula mais lipofílica, tende a se adsorver em matéria orgânica, é menos móvel, mas mais persistente, logo, se aplicado em massa verde, vai ser absorvido e/ou metabolizado, e não chegará ao solo, e ao ser aplicado sob palhada, precisará de precipitação para chegar ao solo.

Valores baixos (<2) → mais hidrofílica, móvel no solo, maior risco de lixiviação, indica produtos com maior facilidade de transposição à palhada.


6. pKa

O pKa indica o pH em que metade das moléculas do herbicida estão ionizadas e isso influencia mobilidade e persistência no solo.

O herbicida pode se encontrar na forma ionizada ou não ionizada, esse fator altera solubilidade e adsorção no solo, ou seja, sua capacidade de descer no perfil do solo de acordo com o pH dele.

Quando o pH do solo é menor que o pKa o herbicida é classificado como NÃO IÔNICO, se liga mais na matéria orgânica e argila, logo, tem menor mobilidade, ficando nas camadas mais superficiais do solo;

Quando o pH do solo é maior que o pKa, o herbicida é classificado como ÁCIDO FRACO, circula mais livremente na solução do solo, possui maior mobilidade e risco de lixiviação.


7. Solubilidade em água

A solubilidade indica o quanto o herbicida se dissolve em água e isso afeta diretamente sua mobilidade no solo e o risco de lixiviação.

- Herbicidas com alta solubilidade: podem percolar no perfil do solo, aumentando risco de fitotoxicidade ou contaminação de águas.

- Baixa solubilidade: tendem a permanecer próximos à superfície, com ação localizada.


8. Fotodegradação

A fotodegradação é o processo de decomposição química do herbicida pela luz solar. Quando o produto fica muito tempo exposto na superfície, sua molécula pode se degradar e perder eficiência.

- Ausente: Produtos que não sofrem degradação por exposição à radiação = Estabilidade na superfície por mais tempo

- Presente ou média: Fatores como chuva leve ou evitar aplicação em horários de alta radiação podem mitigar os efeitos da degradação.


Quando aplicar?



A associação de herbicidas pré-emergentes com a dessecação sequencial é uma das estratégias mais eficazes no manejo de plantas daninhas na soja. Essa combinação permite controlar tanto as plantas já estabelecidas quanto prevenir a emergência de novos fluxos.

A dessecação sequencial quando associa o uso de pré-emergentes além de garantir maior eficácia no controle de plantas daninhas de difícil controle, como a buva (Conyza spp.) e capim-amargoso (Digitaria insularis), reduz o banco de sementes do solo, inibindo a competição inicial com a cultura, essa prática promove um período inicial livre de plantas daninhas, fase considerada crítica para a soja, pois a cultura apresenta alta sensibilidade à interferência nos estágios iniciais (SILVA et al., 2014).



A escolha entre as estratégias de “aplique e plante” ou “plante a aplique”, depende de fatores como tipo de solo, condições climáticas e nível de infestação. No sistema aplique e plante, o herbicida é aplicado antes da semeadura, reduzindo o risco de contato direto entre a semente e o produto. Esse manejo é considerado mais seguro para áreas de solos arenosos ou sob condições de alta pluviosidade, diminuindo o risco de lixiviação. (OLIVEIRA JR. et al., 2011).

Já no sistema plante e aplique, a aplicação ocorre entre 1 e 2 dias após a semeadura, garantindo proteção contínua contra diferentes fluxos de emergência de plantas daninhas. Essa estratégia otimiza o tempo de operação e é vantajosa em áreas com alta pressão de espécies altamente competitivas, como Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) e a Trapoeraba (Commelina benghalensis) (CONSTANTIN et al., 2013). No entanto, sementes mal cobertas ou plantadas superficialmente podem sofrer injúrias devido ao contato com o herbicida (SILVA et al., 2014).



De forma geral, o uso de herbicidas pré-emergentes é uma das práticas mais eficientes para reduzir a competição inicial, proteger o potencial produtivo da soja e minimizar o risco de resistência das plantas daninhas.

Compreender fatores como seletividade, efeito residual, espectro de controle e dinâmica no solo ajuda o produtor a escolher o produto certo para cada área, garantindo um estabelecimento uniforme e produtivo.


Referências:

CARLES, L.; MORAES, R. M.; CERDEIRA, A. L. Fatores que afetam o comportamento de herbicidas no solo.

CONSTANTIN, J.; et al. Manejo de plantas daninhas em pré-semeadura com uso de herbicidas pré-emergentes.

GAZZIERO, D. L. P. A importância do manejo integrado de plantas daninhas na cultura da soja.

MONQUERO, P. A. Aspectos do comportamento de herbicidas no ambiente. In: OLIVEIRA JR., R. S. (org.). Mecanismos de ação de herbicidas e resistência de plantas daninhas a herbicidas. Brasília: Embrapa, 2011.

OLIVEIRA JR., R. S.; CONSTANTIN, J.; INOUE, M. H. Biologia e manejo de plantas daninhas.

OLIVEIRA JR., R. S.; et al. Dinâmica de herbicidas no solo: influência de fatores edáficos e ambientais.

PITELLI, R. A. Interferência de plantas daninhas em culturas agrícolas.

pré-emergentes em diferentes condições de cobertura vegetal.

RODRIGUES, B. N.; ALMEIDA, F. S. Guia de herbicidas. 7. ed. Londrina: Edição dos Autores, 2018.

SENSEMAN, S. A. (ed.). Herbicide handbook. 10th ed. Lawrence: Weed Science Society of America, 2014.

SILVA, A. A.; et al. Período crítico de prevenção da interferência de plantas daninhas na cultura da soja.

SILVA, D. V.; et al. Impacto da interferência de plantas daninhas na cultura da soja e custos de controle.

Fonte da imagem de capa: HRAC

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