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Monitoramento de pragas: atenção redobrada no início do ciclo da soja

Confira as principais pragas que têm sido observadas nas lavouras de soja no início do ciclo e como combatê-las

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A soja é uma das principais commodities brasileiras, e seu crescimento nas últimas décadas a colocou entre as culturas mais relevantes do agronegócio nacional (COLUSSI, 2016). Atualmente, ocupa um papel de destaque no agronegócio brasileiro e, para alcançar altas produtividades, o monitoramento inicial de pragas é decisivo para o sucesso da safra.

Nesse período inicial, as condições de umidade no solo, presença de restos culturais e temperaturas elevadas criam um ambiente favorável para a ocorrência de diversos ácaros, lagartas e insetos de solo, que podem comprometer o estande de plantas.


A tabela a seguir apresenta as principais pragas que têm sido observadas nas lavouras de soja no início do ciclo e que demandam atenção durante a implantação da cultura, tanto para fins de monitoramento quanto para tomada de decisão:

Quadro 1- Exemplificação de pragas

 

Nome   comumNome   científicoTipo   de dano 1Condições   favoráveis2Fase   do ciclo
Lagarta   -
elasmo
Elasmopalpus   lignosellusPerfurações   na base do caule; corte de plântulas1,2,4;
Solos   secos1;
Temperatura   elevada na emergência1,4;
Germinação,   V1 e V21,2,4;
Lagarta   - roscaAgrotis   ipsilonCorta   plântulas recém-emergidas5,11;
Alta   umidade5;
Restos   culturais5,11;
Emergência   a V25;
VaquinhaDiabrotica   speciosaAdultos   cortam folhas e cotilédones8,9; larvas atacam raízes7,8,9;Altas   temperaturas8,9;Alta umidade inicial8;Emergência   a V47,8;
Percevejo   - castanhoScaptocoris   castaneaAtaca   as raízes causando murcha e amarelidão6;Latossolos   arenosos e compactados6;Pré -   emergência e V26;
Mosca   - brancaBemisia   tabaci
Sugadores   de seiva3,4
reduz   área foliar3;
Transmite   viroses3;
Altas   temperaturas3,4;
Baixa   umidade relativa do ar3;
V3 a V63,4;
Ácaro   - rajadoTetranychus   urticae
Manchas   cloróticas2,4,10;
Redução   da fotossíntese2,4;
Longos   períodos quentes e secos2,4;V3 em   diante 2,4;


Fonte: Adaptação de de diversos autores


Legenda:¹ FUNDAÇÃO MT (2021); ² SOSA-GÓMEZ et al. (2014) ³ LOURENÇÃO & NAGATA (2020); 4 EMBRAPA SOJA (2022); 5 MICHEREFF FILHO ET AL. (2022); 6 OLIVEIRA (2021); 7 MARTINI (2021); 8 RODRIGUES (2024); 9 GALLI & HOFFMANN-CAMPO (2019); 10 UFV (2020); 11 CULTIVAR (2018).

*mais de uma indicação por comentário indica reafirmação por mais de um autor.


A lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus), tem um ciclo de 25 a 40 dias, atacando principalmente nos estágios fenológicos V1 e V2, onde penetram a base do caule e se instalam sugando a seiva (FUNDAÇÃO MT, 2021). Seu ataque pode ser confundido com falhas no vigor e germinação, por este motivo é fundamental uma análise em campo da população de lagartas na área.

O manejo é preventivo, com:

  • rotação      de culturas,
  • dessecação      antecipada,
  • tratamento      de sementes (TS).


Figura 1. E. lignosellus atacando pé de soja

 

Fonte: Manual de pragas na soja (2009)


A mosca-branca causa seus maiores danos no estádio de ninfa, fase em que o inseto se alimenta do floema na face inferior das folhas, reduzindo a fotossíntese e favorecendo o desenvolvimento de fumagina. O ciclo biológico de é rápido em temperaturas elevadas, o que possibilita múltiplas gerações ao longo da safra (Lourenção & Nagata, 2020).

De acordo com a cartilha da Embrapa Soja (2023), uma infestação pode acarretar perdas de até 50% na produtividade final, necessitando de grande atenção no início da cultura.

Seu controle através de MIP engloba eliminação de hospedeiros e tratamento de sementes com inseticidas registrados, como abamectina ou moléculas do grupo das diamidas.


Figura 2. Infestação de mosca-branca

Fonte: Mais Soja


A vaquinha (Diabrotica speciosa) pode ocasionar danos desde a fase de larva até a fase adulta, possui um ciclo de vida de 24 a 40 dias, sendo suscetível a mudanças climáticas que podem alterar seu ciclo. Segundo Gomez (2021), as larvas possuem coloração branca com a cabeça preta, e durante esta fase podem se alimentar de sementes em germinação, raízes e dos nódulos de rizóbios (diminuindo a fixação de nitrogênio), impactando negativamente o rendimento da cultura.

Alimentam-se de folhas e brotos, fazendo pequenos furos nas folhas, podendo ocasionar grande desfolha. Com isso, comprometem a área fotossintética da planta, levando a uma redução significativa na produção de fotoassimilados, afetando o crescimento e desenvolvimento foliar, o que, por fim, leva à perda de produtividade.

O controle da larva de Diabrotica deve ser feito de forma preventiva com tratamento de sementes. Para o controle dos adultos o uso de inseticidas fosforados, carbamatos e neonicotinóides, proporcionam um controle (MARTINI, 2021).


Figura 3. D. speciosa em fase adulta

Fonte: IRRIGAT


O percevejo-castanho (Scaptocoris castanea), tanto os adultos quanto as ninfas atacam as raízes da soja, sugando sua seiva, desde o estágio de plântula até a colheita, resultando em menor absorção de água e nutrientes. Em relação às plantas não atacadas, apresentam redução no crescimento e clorose nas folhas. Se o ataque ocorrer na fase inicial da cultura, as plantas podem morrer, o que resulta em uma diminuição no stand de plantas da lavoura (Oliveira, 2021).

O controle químico de Scaptocoris castanea não é eficiente devido ao seu hábito subterrâneo. Já o controle biológico apresenta eficiência.


Figura 4. S. castanea alojado em raízes

Fonte: Ivan Cruz em Defesa Vegetal


A lagarta-rosca (Agrotis ípsilon), coloca seus ovos em folhas e caules próximos ao solo. Após a eclosão, as larvas se abrigam no solo durante o dia e se alimentam no período noturno, cortando as plântulas logo acima do colo. As lagartas também se enrolam em forma de “C” quando tocadas, o que facilita sua identificação. O ataque reduz o estande e compromete o estabelecimento inicial da lavoura.

Para o controle da lagarta-rosca recomenda-se o manejo integrado dando destaque a realizar um bom preparo do solo e eliminar as plantas hospedeiras. A intensidade do ataque está ligada ao histórico da área e a cultura antecessora. O controle que mais se destaca é o manejo antecipado das plantas de cobertura e hospedeiras (MICHEREFF, 2022). Quando há ocorrência de altas populações, em soja, pode-se realizar a aplicação de inseticidas no final da tarde ou à noite (Embrapa, 2021).


Figura 5. A. ípsilon no solo

Fonte: Portal Mais Agro


O ácaro rajado (Tetranychus urticae) ocorre geralmente em anos secos, formando teias. Possuem hábito alimentar sugador, perfurando as células superficiais e dessa forma ocorre uma redução na taxa fotossintética. A planta atacada apresenta clorose com pequenas manchas amarelas, causando desfolha e até mesmo a morte de plantas (Gomez, 2021).

Em situações de estresse hídrico associado, o ataque pode levar à queda precoce de folhas e comprometer o desenvolvimento da planta.

O controle pode ser realizado com acaricidas registrados, como produtos à base de abamectina. A aplicações de inseticidas à base de piretróide associadas a altas temperaturas e baixa umidade do ar podem causar um rápido aumento populacional.


Figura 6. T. urticae adulto

Fonte: Dillon Biotecnologia


Diante disso, o monitoramento das pragas no início do ciclo da soja é uma etapa que define o sucesso de toda a safra, visto que, as pragas iniciais podem comprometer o estande e reduzir significativamente o potencial produtivo. Nesse contexto, a atenção aos primeiros estádios fenológicos (V0 a V3) e a tomada de decisão baseada em dados de campo são ferramentas indispensáveis.

Ao integrar o Manejo Integrado de Pragas (MIP) com práticas de tratamento de sementes e escolha correta de cultivares, o produtor assegura um desenvolvimento uniforme das plantas e reduz custos com aplicações futuras, substituindo ações corretivas por estratégias preventivas.

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Texto escrito por Vitor Hugo Zanatta de Cristo e Vitor Riva Tallamini, membros da AGR Jr. Consultoria Agronômica, Empresa Júnior do Curso de Agronomia da UFSM Campus Frederico Westphalen, sob a orientação da professora Gizelli Moiano de Paula.



REFERÊNCIAS

ATAQUE noturno de lagartas-rosca. Revista Cultivar Hortaliças e Frutas, ed. 77, 14 fev. 2018.

COLUSSI, Joana et al. O agronegócio da soja: Uma análise da rentabilidade do cultivo da soja no Brasil. Revista ESPACIOS, v. 37, 2016.

EMBRAPA SOJA. Manual de Identificação de Pragas da Cultura da Soja. Londrina: Embrapa Soja, 2022.

EMBRAPA SOJA. Monitoramento e Manejo Integrado da Mosca-branca na Cultura da Soja. Londrina: Embrapa Soja, 2023.

FUNDAÇÃO MT. Pragas iniciais da soja: diagnóstico e prevenção. Boletim Técnico, 2021.

GALLI, J. A.; HOFFMANN-CAMPO, C. B. Insetos-praga e o manejo integrado de pragas (MIP) na cultura da soja. Londrina: Embrapa Soja, 2019.

GOMEZ, Daniel Ricardo Sosa. Vaquinhas. In: AGÊNCIA EMBRAPA DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA (Ageitec). Soja: manejo integrado de pragas. Londrina: Embrapa Soja, 2021.

LAGARTA-ROSCA. In: AGÊNCIA EMBRAPA DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA (Ageitec). Soja: manejo integrado de pragas. Embrapa, 2021.

LOURENÇÃO, A. L.; NAGATA, T. Mosca-branca em soja e feijão: biologia, danos e controle. Londrina: Embrapa Soja, Circular Técnica 138, 2020.

MARTINI, Sandro. Controle de Diabrotica speciosa na cultura da soja (Glycine max). Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) – Universidade de Cuiabá, Sorriso, 2021.

MICHEREFF FILHO, Miguel; GUIMARÃES, Jorge Anderson; MOURA, Alexandre Pinho de. Lagartas-roscas. In: AGÊNCIA EMBRAPA DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA (Ageitec). Cebola: pragas. Embrapa, 2022.

OLIVEIRA, Lenita Jacobs. Complexo de percevejos de raiz. In: AGÊNCIA EMBRAPA DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA (Ageitec). Soja: manejo integrado de pragas. Embrapa, 2021.

PICANÇO, M. C. Entomologia Agrícola: pragas e seu manejo. Viçosa: UFV, 2020.

RODRIGUES, Karen Helena de Andrade. Controle de Diabrotica speciosa. Revista Cultivar Grandes Culturas, ed. 292, 23 ago. 2024.

UFV – Universidade Federal de Viçosa. Departamento de Entomologia. Pragas da Soja: biologia e controle integrado. Viçosa: UFV, 2020.

Imagem capa Embrapa Soja.

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