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Principais manchas foliares na soja: como identificá-las e tratamento

Doenças na soja que comprometem o potencial produtivo

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Fonte: Marcelo Madalosso


As manchas foliares têm aparecido com frequência cada vez maior nas lavouras de soja. Não é algo novo, mas a intensidade com que têm surgido nas últimas safras acendeu um alerta: identificar cedo e agir no momento certo é decisivo.

As doenças foliares reduzem a área de folha ativa da soja. Com menos tecido funcionando, a planta capta menos luz, produz menos energia e perde força ao longo do ciclo. O dossel enfraquece, a queda de folhas pode começar antes do esperado e o enchimento dos grãos.

Principais manchas foliares na soja

As manchas foliares que mais aparecem na cultura da soja são a ferrugem asiática, a mancha-parda, a mancha-alvo e a mancha olho-de-rã. Cada uma delas tem comportamento próprio e exige atenção desde as primeiras avaliações da lavoura.


Ferrugem (Phakopsora pachyrhizi)

A ferrugem se desenvolve quando há água livre sobre as folhas. Para que o fungo consiga infectar o tecido, a planta precisa permanecer molhada por um período mínimo de cerca de seis horas, e temperaturas entre 18 e 26 ºC favorecem o processo. Por isso, noites úmidas, orvalhos prolongados e dias nublados costumam aumentar o risco de início da doença.

Os primeiros sintomas podem surgir em qualquer estádio, embora o baixeiro seja normalmente o ponto inicial, já que a região mantém mais umidade. As folhas apresentam pequenos pontos escuros, com tonalidade que varia de verde-acinzentado a cinza-esverdeado.

Na face inferior, forma-se uma pequena saliência chamada urédia, que com o tempo adquire cor castanho-clara a castanho-escura. À medida que a doença avança, o tecido perde função, a folha amarela e tende a cair antes do período natural, reduzindo a capacidade da planta de sustentar o enchimento de grãos.


Fonte: IAGRO


Mancha parda ou septoriose (Septoria glycines)

A infecção da doença é favorecida por dias quentes e úmidos, especialmente quando as folhas permanecem molhadas por várias horas seguidas. De maneira geral, o fungo precisa de um período mínimo de cerca de seis horas de molhamento e encontra condições favoráveis para manifestação dos sintomas em temperaturas que podem variar de 15 a 30 ºC.

Sintomas

Os primeiros sintomas surgem nas folhas logo no início do desenvolvimento da cultura, como pequenas pontuações ou manchas de contornos angulares, castanho-avermelhadas. Surgem pequenas pontuações pardas, as quais evoluem e formam manchas com halos amarelados e centro de contorno angular, de coloração castanha em ambas as faces, Em geral, essas lesões alcançam poucos milímetros, mas podem se multiplicar e coalescer conforme a severidade cresce.


Fonte: Agrolink


Mancha alvo (Corynespora cassiicola)

O fungo responsável pela mancha-alvo permanece viável em restos culturais deixados na superfície e pode ser transmitido por sementes infectadas. A doença encontra condições favoráveis para se instalar e progredir em ambientes de alta umidade, especialmente quando as temperaturas ficam entre 18 e 30 ºC.


Fonte: Basf

Mancha olho-de-rã (Cercospora sojina)

A mancha olho-de-rã se desenvolve com maior facilidade em períodos de alta umidade e temperaturas elevadas, condições que favorecem a germinação do fungo e a infecção dos tecidos. O aparecimento costuma ser mais frequente a partir do florescimento, embora possa surgir antes quando as condições ambientais permanecem favoráveis.

Sintomas: Atinge folha, haste, vagem e semente, iniciando como pequenos pontos de encharcamento (anasarca), que evoluem para manchas com centros castanho-claro na página superior da folha, e cinza, na inferior, e bordos castanho-avermelhados, em ambas as páginas.


Fonte: Embrapa


Monitoramento e identificação dos sintomas

A identificação correta das doenças da soja é uma das práticas mais importantes para garantir o sucesso das estratégias de controle. Para uma identificação precisa e precoce dos patógenos é necessário investir no monitoramento periódico da lavoura de soja.

O monitoramento das doenças deve iniciar logo após o início do aparecimento das primeiras folhas e seguir até o final do ciclo da cultura.Sinais como folhas manchadas, vagens com pontos negros, caule necrosado, crescimento anormal e desfolha precoce, são indicativos de problemas causados pelos patógenos.


Como diferenciar os sintomas

Figura 1 - Ferrugem (Phakopsora pachyrhizi) - Fonte: Ourofino Agrociência

Figura 2 - Mancha parda (Septoria glycines) - Fonte: Elevagro

Figura 3 - Mancha alvo (Corynespora cassiicola) - Fonte: Agrolink

Figura 4 -Mancha olho-de-rã (Cercospora sojina) - Fonte: Marcelo Madalosso



Quando agir e proteção do baixeiro

O uso de fungicidas continua sendo uma das ferramentas centrais no manejo das doenças da soja, desde que venha acompanhado de um monitoramento criterioso. As aplicações devem começar antes do fechamento das entrelinhas, quando o baixeiro ainda pode ser protegido com eficiência. Essa etapa precisa ser preventiva, pois esperar o aparecimento dos primeiros sintomas reduz a eficácia dos produtos.

A decisão de entrar ou não com a aplicação depende do histórico da área, da presença ou não de rotação de culturas, da qualidade sanitária das sementes utilizadas e das condições climáticas que favorecem ou não o avanço das doenças. Quando esses fatores são avaliados em conjunto, o manejo se torna mais preciso e as chances de manter a lavoura saudável aumentam.

Em um estudo publicado em 2024, demonstrou que na safra 2022/23, entre os diferentes tratamentos testados nas aplicações antecipadas (até 30 DAE), foram observados incrementos médios no controle de doenças de final de ciclo de 18% em relação ao tratamento com aplicação mais tardia. (GUTERRES et al., 2024)

A alternância entre diferentes modos de ação é essencial no manejo das doenças, já que o uso repetido de uma mesma molécula favorece a seleção de fungos resistentes ou menos sensíveis ao produto. Essa rotação mantém a eficácia das ferramentas disponíveis e reduz o risco de falhas no controle ao longo das safras.

O momento da aplicação dos fungicidas exerce forte influência no controle das doenças e pode variar conforme o modo de ação e a capacidade de translocação do produto. Além de permitir que o fungicida atinja o alvo no período de maior suscetibilidade, o timing da aplicação afeta a tecnologia de aplicação, interferindo na distribuição, cobertura e penetração do produto no dossel.


Conclusão

Assim, o manejo eficiente das manchas foliares depende de diagnóstico precoce, monitoramento contínuo e aplicação criteriosa de fungicidas com diferentes modos de ação. A precisão no momento da intervenção é determinante para preservar o potencial produtivo, evitar resistências e assegurar a sustentabilidade da lavoura. Dessa forma, a gestão adequada dessas doenças mantém a eficiência do sistema produtivo e minimiza perdas ao longo de todo o ciclo da soja.

Texto escrito por Lidiane Bilibio Bonfada e Magali Grazieli Voltz, acadêmicas dos cursos de Agronomia e Jornalismo da UFSM, campus Frederico Westphalen, membros da empresa júnior AGR Jr. Consultoria Agronômica, sob acompanhamento da tutora, professora Dra. Gizelli Moiano de Paula.



Referências

BASF. Mancha-alvo, um problema que se agrava na cultura da soja. Disponível em: https://agriculture.basf.com/br/pt/conteudos/cultivos-e-sementes/soja/mancha-alvo-entenda-mais-sobre-a-doenca-na-soja.html. Acesso em: 16 nov. 2025.

COSTAMILAN, L. M. Manchas foliares mais comuns em soja. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2003. (Embrapa Trigo. Circular Técnica, 12). Disponível em:https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/850301/1/FL07389.pdf Acesso em: 14 de novembro de 2025

Elevagro.Mancha-parda (Septoria glycines). Disponível em: https://elevagro.com/mancha-parda-septoria-glycines/. Acesso em: 16 nov. 2025.

GUTERRES, Caroline Wesp; ANDRADE, Camila Cristina Lage de; DALBOSCO, Marisa; SANTIN, Rita de Cássia Madail. Doenças de final de ciclo da soja: herança de safra para safra. Revista Cultivar, 09 abr. 2024. Disponível em: https://revistacultivar.com.br/artigos/doencas-de-final-de-ciclo-da-soja-heranca-de-safra-para-safra. Acesso em: 04 dez. 2025. Cultivar

HENNING, Ademir Assis et al. Manual de identificação de doenças de soja. Londrina: Embrapa Soja, 2014.

IAGRO – Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural. 8 tecnologias para controlar a ferrugem asiática na safra de soja. Disponível em: https://www.iagro.ms.gov.br/8-tecnologias-para-controlar-a-ferrugem-asiatica-na-safra-de-soja-201617/. Acesso em: 16 nov. 2025.

NEGRISOLI, Matheus Mereb et al. Impact of fungicide application timing based on soybean rust prediction model on application technology and disease control. Agronomy, v. 12, n. 9, p. 2119, 2022.

Rehagro.Mancha-alvo na soja: veja os sintomas e estratégias de manejo. Disponível em: https://rehagro.com.br/blog/mancha-alvo-na-cultura-da-soja-quais-os-sintomas/. Acesso em: 16 nov. 2025.

Foto capa: Marcelo Madalosso

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